Cidade Hanseática Livre de Hamburgo

Habitantes:

1,7 milhão

Área:

755 km2

Capital:

Hamburgo

 

A porta da Alemanha para o mundo

Hamburgo é a segunda maior cidade, o mais importante porto marítimo da Alemanha e seu maior centro de comércio exterior. «O campo de ação de Hamburgo é o mundo». Lá estão sediadas, por exemplo, 220 firmas provenientes da China, inclusive Hong Kong, 130 do Japão e 65 de Taiwan. Em sua totalidade, há mais de 3.000 empresas cujas atividades estão relacionadas com negócios de importação e exportação. A zona industrial portuária tradicional inclui estaleiros, refinarias e fábricas de beneficiamento de matérias-primas estrangeiras. Através de mudanças estruturais coerentes, aquela cidade portuária evoluiu para uma metrópole da Europa setentrional, especializada em prestação de serviços.

Fundada na época de Carlos Magno, por volta de 81 (como Hammaburg), a ascensão de Hamburgo para cidade comercial iniciou-se em 1189, com privilégios aduaneiros e econômicos. Sendo um dos primeiros membros da Liga Hanseática, em breve tornou-se importante local de transbordo de mercadorias no Mar do Norte. Os imperadores Sigismund e Maximiliano qualificaram-na de imperial e livre em 1410 e 1510, respectivamente. O Tribunal da Câmara Imperial declarou Hamburgo como cidade livre do Império em 1618, o que só foi reconhecido pela Dinamarca em 1768. Hamburgo manteve sua autonomia até hoje. Jamais esteve no poder um rei ou príncipe: os próprios cidadãos é que sempre governaram aquela cidade-república. O incêndio devastador de 1842, a disposição de se modernizar permanentemente e a II Guerra Mundial fizeram com que restasse pouco das antigas construções da metrópole mercantil. As mais importantes obras arquitetônicas são: a igreja de Michaeliskirche, em estilo barroco tardio (1886-97), cuja torre de 132 metros - chamada carinhosamente pelos habitantes de «Michel» - é o símbolo da cidade, a prefeitura construída há cem anos e a «Chilehaus», uma construção expressionista de tijolos dos anos 20 do século XX. O antigo bairro portuário Speicherstadt é um monumento cultural especial, edificado no final do século XIX e caracterizado pelos tijolos moldados. No entanto, os prédios vistos isoladamente não são os responsáveis pelo charme da cidade, mas sim o vasto panorama às margens do Alster, represado na cidade em dois lagos, e o quadro colorido do porto e das casas na amplidão do rio Elba.

 

A cidade industrial verde

Hamburgo é o segundo maior pólo industrial da Alemanha e centro de uma região metropolitana de quatro milhões de pessoas. Mesmo assim, é uma das cidades mais verdes da Alemanha. Quarenta e um por cento de sua área total é composta de terras cultivadas e prados, parques e área verdes públicas, bosques, regiões pantanosas e charnecas. As reservas e regiões de proteção de paisagens perfazem 28% da superfície da cidade. O cemitério-parque de Ohlsdorf é o maior do mundo em seu gênero.

Após a unificação da Alemanha e a abertura do Leste europeu, o porto recuperou sua antiga hinterlândia. Assim, a cidade-estado reatou sua tradição de ser entroncamento entre o Leste e o Ocidente e, ao mesmo tempo, a «metrópole escandinava mais meridional». Novas perspectivas abrem-se também ao sul do centro da cidade. Numa antiga área portuária surge a «Hafen-City», um bairro urbano misto, com 6.000 moradias e 20.000 lugares de trabalho - com vista direta para o rio Elba. O tradicional «Fischmarkt», no bairro de Sankt Pauli é um local bastante freqüentado pelos compradores e apreciadores de peixes e fonte de renda para os pescadores.

A área do porto, um dos maiores do mundo, corresponde com seus 75 quilômetros quadrados a um décimo de toda a região hamburguesa. No transbordo de contêineres, Hamburgo ocupa o segundo lugar na Europa, após Roterdã. Hamburgo é o centro bancário do norte da Alemanha e uma das maiores cidades de seguros alemã. Com mais de 95 representações consulares, Hamburgo é a maior cidade consular do mundo. Localizado no centro da cidade e de fácil acesso, o «Congress Centrum» é um dos centros de convenções mais modernos e apreciados da Europa. Os pavilhões de feiras, localizados logo ao lado daquele centro, aumentam adicionalmente sua atratividade no âmbito de importantes mostras especializadas.

Hamburgo é a metrópole alemã da mídia. Nos últimos anos, o setor de comunicação foi o que registrou a maior expansão em Hamburgo. De forma crescente, tem-se destacado a mídia eletrônica: as importantes empresas de radiodifusão da cidade, como também numerosas firmas especializadas na produção de programas audiovisuais e de multimídia. Também o setor de publicidade, com as suas agências freqüentemente premiadas, acusa progressos significativos. Quatro das doze maiores agências alemãs de publicidade estão sediadas ali.

 

Civismo e paixão pelas artes

A cidade mercantil Hamburgo era e é sinônimo de liberdade e tolerância, além de ser concomitantemente um centro cultural. Em 1678, foi constituída naquela cidade a primeira ópera com caráter permanente da Alemanha. Georg Friedrich Händel (1685-1759) apresentou sua primeira ópera, «Almira», em palcos hamburgueses. Georg Philipp Telemann e Karl Philipp Emanuel Bach atuaram lá. O compositor Johannes Brahms (1833-1897) é um filho famoso de Hamburgo. Felix Mendelssohn Bartholdy (nascido em Hamburgo, em 1809) também tem ligação estreita com a cidade às margens do rio Elba.

Influenciada pela Inglaterra e pela França, Hamburgo foi precursora do Iluminismo na Alemanha. Em 1767, foi fundado o teatro nacional «Deutsches Nationaltheater», vinculado ao nome de Gotthold Ephraim Lessing («Dramaturgia Hamburguesa», 1767-69). Contribuíram para seu prestígio sobretudo as representações de Shakespeare. Friedrich Gottlieb Klopstock (1724-1803) e Matthias Claudius (1740-1815) eram naquele tempo «instituições literárias» de Hamburgo. Na época da reação do século XIX, o hamburguês Julius Campe publicou as obras literárias de Heinrich Heine e de outros escritores «rebeldes» da «jovem Alemanha».

Após a II guerra Mundial, os diretores Rolf Liebermann e Gustav Gründgens deram respectivamente à ópera e ao teatro impulsos vanguardistas de repercussão internacional. O ator Hans Albers (1891-1960), hamburguês nato, continua inesquecível. Três teatros e cerca de 35 teatros particulares contribuem atualmente para o perfil cultural da cidade. Com Ingo Metzmacher como diretor-geral de música, a Ópera Estatal Hamburguesa tornou-se, nos últimos anos, um palco renomado para a encenação de obras do século XX. Sob o comando de Jürgen Flimm e de Frank Baumbauer, os teatros Thalia e Deutsches Schauspielhaus passaram a fazer parte do rol dos teatros mais importantes do país, com convites praticamente regulares para o Encontro do Teatro em Berlim e prêmios como «Teatro do Ano». Os três teatros estatais são reforçados pelo teatro Kampnagel, na antiga fábrica de guindastes em Barmbeck, muito apropriada para apresentações experimentais internacionais, por seu caráter de oficina. Com êxitos fabulosos nos últimos anos, os musicais «Cats» e «O Fantasma da Ópera», de Andrew Lloyd Webber, tornaram-se conhecidos além das fronteiras de Hamburgo. Sob a direção de John Neumeier, o Balé de Hamburgo conseguiu renome mundial. O artista gráfico e pintor Horst Janssen falecido em 1995, criou em Hamburgo sua obra fecunda, sem vínculos com quaisquer escolas. No início dos anos 60, os Beatles começaram sua carreira internacional no bairro boêmio hamburguês chamado St. Pauli. Mais recentemente, Hamburgo tornou-se o cento do «HipHop» alemão: grupos como Fettes Brot, Absolute Beginner ou Eins Komma Zwo conquistam os primeiros lugares nas paradas de sucesso.

 

- Maiores informações:

https://www.hamburg.de