Crianças

O comportamento das mães alemãs para com suas crianças são muitas vezes altamente contrastantes com o das mães brasileiras. As primeiras, mais ausentes e nem um pouco controladoras, as últimas, super protetoras e preocupadas. Obviamente isso não é uma regra geral, o que estou analisando aqui são algumas características marcantes em muitos casos. É muito comum observar crianças de pouca idade, miudinhas, andando à pé sozinhas ou mesmo pegando ônibus, metrô ou trem, lutando por seu espaço no meio da multidão. Quanto as crianças iniciam sua vida escolar, as mães alemãs normalmente as acompanham até a escola por algum tempo, logo deixando que elas façam isso por si próprias. Acredito que esse costume provenha tanto dos tempos de guerra, onde havia uma grande necessidade de que as crianças não dependessem muito dos pais, pois o risco de se ver órfão era constante, bem como da busca desde cedo da individualidade, maturidade e capacidade de se virar por si mesmo por parte das crianças. A primeira justificativa teria senso até uma geração após a guerra, onde as lembranças e o medo ainda estavam presentes, contudo, como muitos outros costumes, acabou se estendendo ao longo das gerações. Essa tentativa das mães em fazer com que suas proles adquiram maturidade desde cedo, acaba se tornando um pouco de ausência e, muitas vezes, negligência. Devido a esse costume, não é incomum o seqüestro, desaparecimento ou mesmo assassinato por parte de aproveitadores de crianças. Um caso mais recente ocorreu quando duas crianças pequenas, ao passarem por uma ponte ao voltarem da escola, acabaram caindo dela e morrendo afogadas. Claro que a taxa em que esses casos ocorrem não é elevada, mas poderia se levar esse comportamento um pouco menos ao extremo, auxiliando as crianças durante a idade que elas mais precisam. A falta de persistência por parte das mães em tirar hábitos errados também é muito comum. Elas acreditam que devem respeitar a individualidade da criança e advertem a criança no máximo duas ou três vezes. Assume-se que o aviso já foi dado e a criança já sabe no que deve mudar. Obviamente, muitas vezes essa tática não funciona.